Grazyella Luna Barlatti Fernandes conta sobre ideia que apresentou na Feira Brasileira de Ciências: “o projeto surgiu em resposta ao distanciamento social da pandemia”

Estudante do Colégio Positivo da Unidade Ângelo Sampaio, em Curitiba, a jovem Grazyella Luna Barlatti Fernandes teve uma ideia durante a pandemia que mudou a sua trajetória estudantil. Por meio do MentalSaurus – aplicativo para auxiliar jovens e adolescentes em condição de sofrimento mental – ela foi premiada na categoria Humanas, da Febrace (21.ª Feira Brasileira de Ciências e Engenharia). O evento ocorreu na USP (Universidade de São Paulo), e contou com 200 finalistas de todo o Brasil.

A ideia do projeto, conta a jovem, surgiu em 2020, no meio da pandemia. “Quando eu percebi como o distanciamento social estava afetando as pessoas próximas a mim, e até um pouco a mim mesma, eu tive a ideia de fazer um projeto”.

Porém, foi apenas em 2021 que ela conseguiu bolar algo mais concreto para o trabalho: uma pesquisa de campo com questionários foi vital para amadurecer a ideia. “Foi quando eu tive a ideia de fazer um aplicativo para que eu pudesse, com uma intervenção, ajudar esses alunos e talvez outras pessoas que estivessem sofrendo do mesmo problema”, relembra. O Colégio Positivo ajudou a potencializar a ideia, conta ela, por meio da Mostra Brasileira de Inovação e Pesquisa Científica, que ocorre na instituição. A Mostra Brasileira de Inovação, Pesquisa Científica e Empreendedorismo (Mobipe), do Colégio Positivo, expõe experimentos científicos de diferentes áreas do conhecimento, com projetos de alunos do Ensino Fundamental II, Ensino Médio, Técnico e de cursos pré-universitários, do ensino público e particular de todo o Brasil.

“Meu maior desafio foi aprender a programar, para conseguir fazer pelo menos uma versão base do aplicativo, que é a versão que eu tenho atualmente e está disponível em navegadores”, conta ela, que quer alçar voos ainda mais altos. “Agora, o mais novo desafio é conseguir trazer essa programação básica para uma programação mais profissional, por meio do sistema Android”.

Da escola para o serviço à sociedade

Orgulhosa, Grazyella conta que o app permitiu a ela desenvolver um projeto que não ficou restrito somente aos colegas. “Os feedbacks que eu tenho vão além dos estudantes; ouço pessoas que me disseram que o app ajudou elas de verdade, e me incentivaram a continuar com o aplicativo”.

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O sonho da jovem, agora, é continuar no mundo da programação para que o aplicativo possa ser acessado além dos navegadores de internet. Paralelamente, ela sonha em cursar uma graduação de Medicina no futuro. “Quero continuar dando mais dicas de saúde e ajudar as pessoas a entender suas emoções de forma prática”, revela.

O MentalSaurus

O objetivo do aplicativo é auxiliar na identificação de alguma situação emocionalmente desgastante e recomendar exercícios respiratórios e atividades a serem feitas para aliviar o nível de estresse – ou até mesmo em casos mais graves, encaminhar o usuário para uma ajuda psicológica ou psiquiátrica mais efetiva.

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A pretensão do aplicativo, assim como a sua potencialidade, está em atuar na conscientização do usuário sobre seu estado emocional e ajudá-lo a superar momentos difíceis. Para isso, é preciso acessar o aplicativo e responder a 20 perguntas (SRQ-20) e, com isso, permitir a identificação de um possível diagnóstico de ansiedade generalizada ou depressão. Nesses casos, de maneira interativa, o assistente virtual Brachio ressalta a necessidade de procurar um profissional da área para obter um diagnóstico completo, já que o teste em questão serve apenas para auxiliar na identificação de doenças mentais, de acordo com os sintomas identificados nas respostas do questionário.

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A versão teste do aplicativo foi aplicada aos alunos do Colégio Positivo, mas a intenção de Grazyella é que, ainda em 2024, ela consiga programá-lo para que esteja em lojas de aplicativos e possa ser utilizado por adolescentes e jovens fora do ambiente escolar.