Bar CanaBenta em Curitiba tem DNA da roça e proteção divina
Bar CanaBenta em Curitiba tem DNA da roça e proteção divina
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Um boteco protegido de corpo e alma, no qual o cliente pode chegar brabo, mas vai sair alegre. O CanaBenta, próximo de completar 17 anos na Rua Itupava, no bairro Hugo Lange, em Curitiba, é um espaço em que a roça ganha destaque nos cantos do bar, um verdadeiro celeiro gastronômico da perfeita combinação do torresmo com o rollmops acompanhado de uma boa dose de cachaça.
Ao dar os primeiros passos no CanaBenta em um chão com piso remendado e marcado pela pés apressados dos garçons ou dos dançarinos amadores, percebe-se o DNA de um bar simples, familiar e marcado pela emoção. O responsável é o “pé vermelho” Délio Canabrava, 52 anos, natural da verdejante Paraíso do Norte, região noroeste do Paraná.
Criado no sítio ao lado dos seis irmãos com a mãe Severiana e o pai Délio, a alimentação sempre foi motivo de união.“Gastronomia é remédio, a melhor Medicina é a comida. Quanto mais simples e natural, melhor fica. Aprendi a cozinhar na adolescência por telefone quando eu e meus irmãos viemos para Curitiba. Meus pais moravam no sítio e mandavam um porco inteiro picado, carneiro e peixe naqueles isopores pela Viação Garcia. Minha mãe passava a receita no telefone, e assim fui aprendendo”, relembrou o especialista em cozinha italiana e brasileira, sócio-proprietário do Bar Canabenta e da Cantina do Délio, em Curitiba, nos bairros Alto da XV e Batel.
Com o sonho de conquistar novos mundos, o paraisense-do-norte foi estudar Desenho Industrial em Londres, na Inglaterra. A ideia era ser designer no Velho Continente, mas a cozinha e amor mudaram os rumos do jovem. “Eu estudei, minha família forçou para que eu fosse para Londres aprender inglês e melhorar o currículo. Eu fui estudar Desenho Industrial, e Deus me colocou dentro de uma cozinha, em 1997, para lavar prato e o chão. Fui sozinho e conheci minha esposa lá, a Renata, mãe dos meus filhos, o Pedro, Chico e o Cesar. Sou um cara realizado”, emocionou-se Délio ao lembrar do passado.
Aliás, aqui vai um pouco de história. A Renata Canabrava, trouxe para o Brasil o doce Banoffi, sucesso de vendas no antigo Beto Batata, e comercializado atualmente na Cantina do Délio, na Banoffi Confeitaria, Lupita Café, Batel Grill, Day 1 Café e claro, no CanaBenta. “O Robert Amorim abriu as portas e fez isso para muitos. Essa sobremesa ficou famosa no Beto Batata”, disse Délio.
Cardápio dos brutos
No Canabenta o cardápio é campeão. Vai do rollmops ao torresmo, da carne de onça para o churrasco ou mesmo do bolinho de carne para a feijoada de sábado. No balcão, vai encontrar conservas de boteco como pepino, ovo de codorna, cebola e vinas em potes grandes. Ah, vale lembrar que o local sediou o campeonato de rollmops, competição que premiava quem era o maior comedor da fina iguaria em menos tempo.
“O bar tem essência, aqui é mais simples, fácil e democrático. Digo que é o mais alegre, um boteco da paquera e da conquista também. Eu sempre fui rústico, é minha marca. Não consigo fazer pose, é simples e objetivo como a comida de boteco”, comentou Délio, apreciador de fígado acebolado com jiló, um clássico dos bares de Belo Horizonte.